Nova Zelândia simplifica visto para ‘nômades digitais’

Geovana Nascimento
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A Nova Zelândia deu um importante passo para atrair mais visitantes internacionais ao flexibilizar seus requisitos de visto para os chamados “nômades digitais”. A medida, que já está em vigor, permitirá que turistas do mundo todo exerçam atividades de trabalho remoto enquanto desfrutam de suas férias no país. Com a nova política, é possível que as pessoas trabalhem para empresas internacionais durante um período de até 90 dias, sem a necessidade de um visto de trabalho específico. Após esse período, no entanto, podem ser obrigadas a pagar impostos como se fossem residentes, uma condição que visa equilibrar o impacto econômico dessa nova forma de turismo.


A ministra da Imigração da Nova Zelândia, Erica Stanford, destacou que essa mudança tem como objetivo estimular o setor de turismo, que ainda está se recuperando dos efeitos da pandemia de Covid-19. Segundo ela, a permanência prolongada de nômades digitais no país resulta em mais gastos, o que contribui diretamente para a economia local. A estratégia é parte de um esforço maior para revitalizar o turismo, que representa uma das principais fontes de receita da Nova Zelândia. O setor de turismo neozelandês, antes da pandemia, gerava mais de 40 bilhões de dólares neozelandeses por ano, mas os números ainda não atingiram os patamares de 2019, com o número de visitantes internacionais em cerca de 86% do que era antes da crise sanitária.


A flexibilização dos requisitos de visto faz parte de uma tendência global crescente, em que diversos países têm se adaptado para atrair nômades digitais. Esses trabalhadores, que podem exercer suas funções de qualquer lugar do mundo, têm se mostrado uma fonte de turismo estável, especialmente após as mudanças de comportamento impostas pela pandemia, que popularizou o home office e o trabalho remoto. Países como Japão, Coreia do Sul, Brasil, Espanha e Portugal já disponibilizam vistos específicos para nômades digitais, e a Nova Zelândia agora se junta a esse grupo.


O apelo para nômades digitais vai além da oportunidade de trabalho remoto. Para muitos, a Nova Zelândia é um destino desejado por sua paisagem deslumbrante, sua natureza preservada e sua qualidade de vida, elementos que fazem com que seja um lugar atrativo para aqueles que querem trabalhar enquanto exploram novos ambientes. O país oferece uma grande diversidade de cenários, desde as praias paradisíacas até as montanhas e florestas, criando um cenário ideal para quem deseja combinar produtividade com lazer.


A Nova Zelândia já era um destino popular entre turistas, e a introdução dessa nova política visa justamente aumentar o tempo de permanência dos visitantes e incentivar um turismo de maior qualidade e valor agregado. A possibilidade de se hospedar por períodos mais longos e continuar trabalhando à distância pode fazer com que muitos optem por ficar mais tempo do que as tradicionais férias de curto prazo, o que beneficia tanto o turismo quanto o comércio local. O país espera que esse novo fluxo de turistas não só traga mais visitantes, mas também contribua para um aumento nos gastos com hospedagem, alimentação e outros serviços turísticos.


Contudo, a medida também vem com desafios. O país precisará garantir que o sistema tributário e as leis locais possam acomodar o aumento da permanência de estrangeiros sem prejudicar as condições de trabalho e as estruturas já estabelecidas. Além disso, é importante observar como a introdução dessa flexibilidade afetará a infraestrutura do país, principalmente em cidades que já lidam com grandes volumes de turistas.


Em termos globais, o conceito de nômade digital está em ascensão, com cada vez mais pessoas buscando formas de equilibrar trabalho e viagem. A Nova Zelândia, com suas paisagens icônicas e sua atmosfera tranquila, tem tudo para se beneficiar desse movimento, não apenas por atrair turistas temporários, mas também por consolidar-se como um destino para aqueles que desejam se estabelecer por períodos mais longos, sem abrir mão de suas carreiras profissionais. A flexibilidade nos requisitos de visto e as vantagens fiscais para quem permanece por mais tempo são atraentes para trabalhadores remotos que buscam experiências únicas enquanto continuam a cumprir suas obrigações profissionais.


Essa iniciativa da Nova Zelândia é um reflexo do cenário global em que o trabalho remoto se tornou uma realidade mais acessível. O país, tradicionalmente conhecido por sua beleza natural e sua infraestrutura de qualidade, agora se apresenta como um destino ainda mais atrativo para uma nova geração de trabalhadores e viajantes. Ao simplificar os requisitos de visto e ampliar as possibilidades para nômades digitais, a Nova Zelândia busca.

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